Sobre crescer e evoluir

No caminho de volta da faculdade, entrei no metrô e, como de costume, parei próxima à porta e segurei no apoio à minha esquerda. Quando o trem saiu do lugar, a pessoa que estava ao meu lado quase caiu. Olhei pra ela e ela olhou pra mim. E foi aí que a reconheci: Patrícia havia estudado inglês comigo há dois anos. A dedicação dela durante as aulas contrastavam com seu estilo desleixado – calças largas e tênis de skatista eram seu “uniforme”, pelo menos aos sábados. No entanto, dessa vez, quando a vi, percebi que ela já não era mais a garota estilosa que conheci. Vestia roupas normais, de gente que cresceu e foi obrigada a deixar alguns gostos pra trás: calça social, sobretudo preto, camisa branca, bota de bico fino e até um crachá pendurado no pescoço. Foi quando olhei para o meu reflexo na porta do trem e notei que eu também não sou mais a mesma menina de dois anos atrás. Agora, também visto roupas de gente que cresceu e foi obrigada a abandonar antigos gostos. E sabe o que mais? Quase todas as minhas idéias, princípios, sonhos e vontades foram renovados junto com as roupas que eu guardava no meu armário. E então eu percebi algo que eu já deveria saber: não foi só a Patrícia que cresceu, eu também cresci.

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Ultimamente, tenho pensado muito (mais) sobre essa “brincadeira” de crescer. E, justamente no meio de uma das minhas reflexões, me deparei com esse texto, que escrevi em meados de 2008. Confesso que me assustei: não tinha me dado conta de que venho pensando no assunto há, possivelmente, mais de 4 anos. Mas relê-lo me fez perceber que, talvez, o nome disso não seja crescer e, sim, evoluir. A minha essência e os meus princípios continuam os mesmos, já as minhas ideias se multiplicaram. E os sonhos e vontades… ah, esses são meus combustíveis,  que renovo de tempos em tempos, sempre com um dos pés fincados no chão. Acho que evolução é mais ou menos isso: desvendar nossas vontades, correr atrás do que queremos e entender que sonhos vêm e vão. Decepções e frustrações fazem parte do jogo e, por isso, evoluir também inclui superar.

No final das contas, reler esse texto antigo me fez muito bem. Ao terminar de “processá-lo”, tive uma certeza: não sei quais rumos vou seguir, mas evoluir é algo que quero fazer para sempre. Ainda que doa muito mais do que me desfazer de roupas velhas.

“Tryin’ hard was never good enough, I’ve got a lot to learn”

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One response to “Sobre crescer e evoluir

  1. Realmente o termo certo é evoluir…justamente porque essas mudanças não são planejadas, são naturais…vamos vendo, absorvendo e mudando. Ruim mesmo são as mudanças, essas que somos obrigadas mas, evoluir é muito boooom! :)

    Beijo Ná

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